Dívida do Corinthians aumentou oito vezes na última década; na gestão anterior, o maior salto
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Por Rodrigo Vessoni
Para o Corinthians, a última década foi marcada pela conquista de dez títulos, as construções do CT e do estádio próprio, mas também da explosão da dívida do clube, multiplicada oito vezes durante o período.
O levantamento do portal Meu Timão, com base nos balanços financeiros, mostra que o Corinthians passou de R$ 122 milhões ao término de 2010 para nada menos do que R$ 957 milhões no término de 2020, como aponta o último documento divulgado pelo clube.
Dois momentos são destaques nessa escalada da dívida corinthiana:
- 2013 para 2014 - com o pulo da dívida de R$ 194 milhões para R$ 372 milhões, sob a presidência de Mário Gobbi Filho. O Corinthians, campeão do mundo, resolveu investir para tentar o bicampeonato da Libertadores. Gil, Renato Augusto e Pato vieram do exterior, ao custo de mais de R$ 60 milhões de direitos econômicos, além da renovação de contrato de Emerson Sheik. O clube ainda negou ofertas de clubes italianos por Ralf e Paulinho;
- 2018 para 2020, com o pulo da dívida de R$ 425 milhões para R$ 957 milhões, sob a presidência de Andrés Sanchez. O Corinthians, campeão brasileiro, resolveu ignorar a qualidade e apostar na quantidade. Nada menos do que 84 jogadores assinaram contrato com o clube em três anos, sendo 40 para o elenco profissional e 44 para a equipe sub-23.
Como não poderia ser diferente, esse montante de dívida é consequência da rotina de déficits anuais. Nas últimas sete temporadas (2014-2020), o Corinthians só não ficou no vermelho uma única vez: 2016, quando fechou R$ 31 milhões no azul (impulsionado pela venda de jogadores para China).
Durante todo esse período, considerado o mais vitorioso do Corinthians, o clube foi administrado pelo mesmo grupo político. Foram presidentes Andrés Sanchez, Mário Gobbi Filho, Roberto de Andrade e Duilio Monteiro Alves, o atual. Os quatro também ocuparam o cargo de diretor de futebol em determinados momentos.
Em tempo: os títulos conquistados pelo Corinthians no período da explosão da dívida foram: Paulistas 2013, 2017, 2018 e 2019; Brasileiros 2011, 2015 e 2017; Recopa Sul-Americana 2013; Libertadores 2012 e Mundial 2012.
Receita apenas dobrou
A dívida total do Corinthians chegou a esse atual patamar porque as receitas não foram multiplicadas na mesma velocidade dos gastos.
Se entre 2010 e 2020, a dívida aumentou oito vezes, como explicado acima, o faturamento apenas dobrou. No início da última década, o Corinthians faturava R$ 212 milhões (2010). Agora, no último ano da década (2020), o clube fechou com R$ 474 milhões.
Dívida total do Corinthians desde 2010
2010 - R$ 122 milhões
2011 - R$ 178 milhões
2012 - R$ 177 milhões
2013 - R$ 194 milhões
2014 - R$ 372 milhões
2015 - R$ 453 milhões
2016 - R$ 426 milhões
2017 - R$ 425 milhões
2018 - R$ 477 milhões
2019 - R$ 765 milhões
2020 - R$ 957 milhões