Ricardo 23
Entendo que muitas vezes no calor do momento, temos tendência a fazer avaliações emocionais. Somos torcedor, somos loucos, somos fanáticos, apaixonados e é justamente essa paixão que faz do futebol o que ele é nos define como amantes desse esporte e acima de tudo do Corinthians. No entanto, quando fazem uma comparação como 'A AULA DE Tite QUE Carille FALTOU' esquecem que talvez o próprio Tite tenha 'faltado' nessas aulas no começo de carreira, já que o treinador se forja, ao longo do anos, nas vitórias, mas principalmente nas derrotas. Não podemos achar que o Tite de 2015/2017 já nasceu pronto. Apanhou muito, foi eliminado muito (como contra tolima) e já foi motivo de chacota. Algumas coisas aprendemos observando, outras desenvolvemos na marra. Carille tem potêncial para melhorar muito e tenho certeza que vai, mas tudo tem seu tempo.
em Bate-Papo da Torcida > A aula de Tite que Carille faltou
Em resposta ao tópico:
Não precisa muito eforço para observar que, se taticamente nosso técnico não difere muito do mestre, há um aspecto que distância muito os dois - o controle emocional do elenco.
O fato é que devemos ao Telê Santana a quebra de paradigma da relação do futebol brasileiro com a Libertadores e outros torneios sulamericanos. Nosso histórico era sempre o mesmo. Com um abismo separando os níveis sociais e de escolaridade entre jogadores brasileiros e argentinos, eles, mais inteligentes, durante décadas ganharam jogos simplesmente desequilibrando emocionalmente os brasileiros. Até que Telê finalmente conseguiu enfiar nas cabecinhas de vento de nossos jogadores que passaríamos a vencer quando eles controlassem as emoções. E quem viu (infelizmente) o bambi do Telê sabe porque ganharam tanto.
Vinte anos depois o mestre Tite reforçou o conceito. Conseguiu demonstrar para seus comandados que sim, é possível ser forte, jogar com raça, intensidade, mas focado, emocionalmente controlado. Ganhamos tudo.
O jogo de ontem foi apenas mais um que evidenciou esta gritante falha do time do nosso técnico Carille, um técnico muito bom. As reiteradas faltas desnecessárias de Gabriel e Fagner, os intermináveis bate-bocas com o árbitro da partida, as peitadas com os adversários após lances ríspidos, o aumento do número dos cartões amarelos e vermelhos, tudo deixa muito claro que hoje, o maior desafio de Carille, é transmitir o ensinamento do mestre Tite: Não precisa ser um time frio, mas ninguém chega a lugar nenhum sem os nervos no lugar. Uma palestra com Sheik acho que ajudaria muito.