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Everton Ribeiro, quatro apostas e os luxos do Corinthians
Lucas Faraldo

Editor e apresentador no canal do Meu Timão no YouTube

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Everton Ribeiro, quatro apostas e os luxos do Corinthians

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Opinião de Lucas Faraldo

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Everton Ribeiro, quatro apostas e os luxos do Corinthians

Everton Ribeiro durante jogo da Seleção Brasileira de Tite nas Eliminatórias para 2022

Foto: Fernando Bizerra/Pool/AFP/Getty Images

Seja pra subir de patamar no futebol brasileiro/sul-americano, seja simplesmente pra frear a bola de neve de dívidas, o Corinthians tem de mudar a forma como investe no futebol.

Essa semana foi revelado pelo Globoesporte.com que Everton Ribeiro está precificado pelo Flamengo em 10 milhões de euros (R$ 62,5 milhões). Exemplo perfeito para o que vou escrever...

Acredito ser consenso que a contratação de um jogador como Everton Ribeiro elevaria o patamar do Corinthians. Trata-se de um jogador constantemente convocado para a seleção brasileira e certamente dos mais técnicos do futebol nacional na atualidade. Em comparação ao atual elenco, seria "um Cazares com menos chance de dar errado". Reforço certeiro.

Pois e se o Corinthians tivesse, sem causar nenhum prejuízo ao atual time titular, essa grana sobrando? E investisse na contratação de um jogador que chegasse pra ser titular com o pé nas costas, formando dupla com Cazares e minimizando eventuais ausências do camisa 10?

Mas o Corinthians não tem R$ 62,5 milhões sobrando. Quer dizer... Vai da definição de cada um para "sobrar". Há hoje quatro peças compradas recentemente por inacreditáveis R$ 68,9 milhões, subutilizadas no elenco ou já até descartadas pelo clube Brasil e América afora:

Custos dos seguintes jogadores

De acordo com o balanço do Corinthians de 2019

  • Araos (100% dos direitos) - R$ 24 milhões
  • Sornoza (100%) - R$ 11,5 milhões
  • Richard (70%) - R$ 10,4 milhões

De acordo com o Grêmio

  • Luan (50%) - R$ 23 milhões

Apostas, as chegadas de Araos em 2018, Richard e Sornoza em 2019 e Luan em 2020 poderiam ter vingado. Mas como são apostas, também poderiam dar errado. E, até aqui, se mostram tiros errados.

É normal o torcedor se animar com uma contratação. A maioria gostou do Rei da América de 2017 e da promessa chilena. O que não pode são os responsáveis pelas contratações do Corinthians, clube em crise financeira, normalizarem tentativa/erro como modus operandi.

Araos ainda pode estourar, Luan pode se recuperar, Richard e Sornoza podem ser comprados depois de seus empréstimos... Pode, pode, pode... Apostas.

Meu ponto é: um clube de dívida bilionária (R$ 824 milhões segundo o último balancete, fora a dívida da Neo Química Arena) não pode se dar ao luxo de queimar quase R$ 70 milhões em apostas, em tiros imprecisos. O Corinthians precisa de contratação que chegue pra resolver, com pouca margem de erro. Precisa apostar? Então aposte na base.

Isso que não coloquei na fogueira dos R$ 70 milhões os menores montantes gastos com jogadores que jamais apresentaram em suas carreiras algo que justificasse contrato com o Corinthians. Esses atletas, que chegaram aos montes nos últimos anos e também tiveram impacto no crescimento da dívida, além de tudo ainda dificultam justamente o aproveitamento de jovens que estejam bem na base. Não são sequer tiros incertos. São tiros no pé.

Na minha opinião, a solução para o Corinthians é, além do pagamento das dívidas, 1) apostar na base; 2) se conseguir aumentar a receita como promete, destinar uma parte a contratações realmente pontuais, que cheguem pra resolver, nível Everton Ribeiro.

É preciso mais responsabilidade para lidar com o futebol do Corinthians.

Veja mais em: Mercado da bola, Duílio Monteiro Alves, Ángelo Araos, Luan, Richard, Sornoza e Contratações do Corinthians.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Coluna do Lucas Faraldo Knopf

Por Lucas Faraldo Knopf

Jornalista pela ECA-USP e ex-Esporte Interativo, Jovem Pan e Lance!. Hoje trabalha no Meu Timão. Autor do livro 'Impedimento - Machismo, racismo, homofobia e elitização como opressões no futebol'.

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