Diretoria deve explicações sobre multa de Oswaldo
Opinião de Roberto Piccelli
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Contratos mais longos podem envolver a chamada cláusula penal, que é o nome técnico da multa a ser paga em caso de rescisão. Normalmente, o valor da cláusula penal é acertado em meios às negociações que antecedem a assinatura do contrato. Quem tem mais poder de barganha nessa fase acaba definindo em quanto fica.
No caso da contratação de Oswaldo de Oliveira pelo Corinthians, era consenso que o treinador não estava entre os mais cobiçados do Brasil. Não vivia nem mesmo a melhor fase de sua carreira. Vinha de trabalhos curtos nos últimos anos. No Sport Recife, os resultados vinham sendo questionados. Objetivamente o desempenho era fraco no clube em que estava: foram 36,7% de aproveitamento dos pontos.
Ainda assim, não questiono aqui o mérito da decisão de contratá-lo. O fato, porém, é que claramente se tratava de uma aposta de Roberto de Andrade, até pelo histórico recente do treinador. Para Oswaldo, por outro lado, a chance de dirigir o Corinthians não podia ser nada menos do que tentadora. Nesse cenário, pelo risco previsível que a contratação envolvia para o clube, obviamente tocava ao Corinthians impor a fixação de uma multa baixa ou de nenhuma multa. Oswaldo, dadas as circunstâncias, não tinha como fazer exigências.
O fato de haver uma multa no contrato com Oswaldo nos valores que têm sido comentados é grave. Na melhor das hipóteses, temos mais uma evidência de falta de capacidade mínima da diretoria para ver além do curto prazo na hora de negociar contratos - uma capacidade que raramente falta a quem negocia com o clube, porque, incrivelmente, o Corinthians sempre sai prejudicado no final. De uma forma geral, quando é do interesse do clube um contrato mais rígido, o valor da multa tem sido baixo demais; já quando interessa um contrato um contrato mais maleável, o valor tem sido alto. Explicações viriam em boa hora.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.