Quem você era antes do dia 04/07/2012?
Opinião de Sarah Tonon
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Eu costumo dizer que corinthiano não se descobre ou se torna corinthiano. Corinthiano simplesmente nasce assim. Simplesmente o é. Não há um momento em que você para e pensa: "Ah, sim. Acho que sou Corinthiano. Acho que quero torcer pro Corinthians"
Não. Você é corinthiano ou não é. Ponto. Você nasce assim. Já está incumbido na sua existência.
Mas existem momentos em você confirma que é MESMO um corinthiano. Um louco do bando. E quando se trata de Corinthians, esses momentos costumam ser especiais. Um deles é o dia 04/07/2012. Mas, mais do que simplesmente ser uma comprovação de corinthianismo ou algo do tipo, esse dia teve outra importância na humanidade.
Ano após ano, as pessoas fazem metáforas e comparações sobre o que foi o dia quatro de julho de dois mil e doze. O Dia da Independência, a Libertação dos Povos, o apocalipse, o fim do mundo, um filme de ficção, a realização de um sonho... Mas, na minha opinião, nenhuma dessas hipóteses se aproxima mais desse dia do que o autoconhecimento.
"Ah, lá vem a Sarah viajar na coluna..."
Pode até ser uma viagem pra você o que eu vou dizer agora, mas tenho certeza que alguém vai se identificar. Porque o que eu vivi naquele dia, mudou minha vida por completo. Mudou quem eu sou. Quem eu era. Quem eu serei até o último dia da minha vida.
Ali, naquele lugar mágico, naquela atmosfera única, eu conheci a verdadeira Sarah. Foi um choque. Uma coroação. Um ritual. Sei lá. Aquele dia transformou meus sentimentos e emoções. Meu eu.
Mais do que o título ou como ele foi conquistado, algo místico no universo estava acontecendo naquele dia e nós, corinthianos, fomos escolhidos pra viver o quatro de julho de dois mil e doze como vivemos. Fomos escolhidos para pertencer a algo muito especial e único.
Ser corinthiano é isso: é pertencer. É ser. E aquele dia foi o momento de sermos nós mesmos. De nos conhecermos de verdade. De vivermos o que tínhamos que viver, da forma como vivemos, cada qual à sua maneira.
Eu me vi sem ingresso e trancada escondida no banheiro químico do Pacaembu pra conseguir estar ali, eu me vi com 70 anos sentindo que o coração fosse parar de bater, eu me vi na Avenida Paulista cantando o hino até a voz sumir, eu me vi sendo o Cássio e me transformando em ídolo, eu me vi no Sheik finalizando pro fundo do gol, eu me vi correndo pela lateral do campo como os reservas e o Tite, eu me vi em tantos na arquibancada, eu me vi nas mães preocupadas com os filhos no estádio, eu me vi no Daniel Augusto Jr. fotografando momentos históricos, eu me vi nos seguranças que, de costas pro campo, só ouviam o que acontecia no gramado, eu me vi erguendo a taça com a braçadeira do Alessandro, eu me vi indo de joelhos até Aparecida agradecer, eu me vi pendurada no teto da quadra da Gaviões da Fiel comemorando depois do jogo, eu me vi fazendo loucuras pra tentar ir pro Japão, eu me vi olhando olho no olho de todos que estavam ali, eu me vi em todos os sentimentos, eu me vi em todas as histórias. Eu me vi em todos os Corinthianos. Eu me vi, de verdade.
Antes disso, eu não me conhecia por completo. Nem sabia direito quem eu era. Eu não entendia o sentido da vida. Só não sabia disso. Pois, a partir daquele dia, algo na gente mudou. No fundo da alma mesmo. Parece que as emoções ficaram mais sinceras, mais intensas. Parece que pertencemos a algo especial. Parece que, enfim, a vida faz sentido e agora eu sabia o porquê. Eu não era eu mesma antes desse dia. Hoje eu sou, graças ao Corinthians naquele quatro de julho.
E você, quem era antes de 04/07/2012?
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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