Faltou energia para o pé de ferro
Opinião de Walter Falceta
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1) Convém compreender o que é um time argentino. Desprezar sua cultura futebolística, especialmente em jogos decisivos, é caminho certo para o fracasso.
2) Durante os dez primeiros minutos, o Corinthians sofreu tremendamente com a marcação alta e as rápidas trocas de bola do Independiente. Ainda que reduzida, essa aflição duraria pelo menos meia hora.
3) Meza e Romero (o deles) pareciam desconhecidos da equipe mosqueteira. Jogavam como se estivessem no estádio Libertadores de América, em Avellaneda. Se bem vi, lá da Leste Superior, foram eles que tramaram o lance do primeiro gol adversário.
4) O Timão invariavelmente perdia as disputas de bola no meio de campo. No pé de ferro, parecia que nos faltava a devida energia. A torcida se impacientava.
5) Há quem diga que foi Rodriguinho. Em minha opinião, o pior atleta em campo foi Sidcley. Pecou pela imprecisão, pela marcação frouxa e pelos passes errados. Fez bem Carille em substituí-lo, talvez tardiamente.
6) Mais uma vez, tomamos um gol de escanteio. Dos grandes times brasileiros, o Corinthians é o pior neste fundamento defensivo. Esse tipo de vulnerabilidade já alcança um ano. Desta vez, pouparei o leitor da longa lista de tentos tomados a partir de tiros de canto cedidos ao adversário.
7) Mais uma vez, em seguidas ocasiões, a saída de bola parecia obrigação do zagueiro Balbuena. Se a vista não me engana, foi quem iniciou a jogada do gol solitário corinthiano.
8) Desta vez, mesmo de cima, não consegui compreender o desenho tático corinthiano. Alguém nos diz que terminou com um 4-1-4-1. Outro afirma ter sido um 4-2-3-1. Por vezes, este "um" ofensivo era Romero. E, sim, depois do deslocamento de Maycon para a lateral, tivemos um único volante. De resto, um time que repetiu a composição confusa da derrota contra o Atlético Mineiro.
9) Pergunta-se, que moral tem a Conmebol para proibir a estampa da Democracia Corinthiana na camisa do Timão? Para além de qualquer política, o movimento criou consciência de respeito e responsabilidade compartilhada no futebol. Constituiu-se em uma experiência de gestão solidária e valorização do profissionalismo. Os cartolas da entidade deveriam cuidar é de suas reputações, frequentemente manchadas por escândalos de corrupção. Não se esquece Amarilla.
10) Lamentável a atuação do árbitro peruano Victor Hugo Carrillo. Permitiu que o goleiro Campaña praticasse o anti-jogo, promovendo a cera sem receber qualquer admoestação mais severa.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.