Roberto denuncia reparos ilícitos na Arena e expõe conflito entre Corinthians e Odebrecht
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Por Meu Timão
Que a relação entre Corinthians e Odebrecht não é das melhores há tempos, todo mundo sabe. Nesta quinta-feira, contudo, a diretoria do Timão expôs nova divergência com a construtora responsável pelas obras de seu estádio. Em nota oficial publicada à imprensa, o presidente do clube paulista, Roberto de Andrade, revelou que a empreiteira vem fazendo reparos na Arena que mais se parecem com “verdadeiras obras”.
A denúncia de Roberto é feita uma semana após a Odebrecht reconhecer que restam R$ 40 milhões em obras por fazer no estádio corinthiano em relação ao projeto desenhado pelo arquiteto Anibal Coutinho. De acordo com o mandatário, que assina o texto, o Corinthians não pode permitir que a construtora realize tais “reparos” sem que cumpra regras básicas, sob pena de comprometer a auditoria em andamento.
“Engenheiros da CNO (Construtora Norberto Odebrecht) nos enviaram e-mail afirmando que estariam fazendo ‘visitas’ nas redes de drenagem e, posteriormente, foi constatado que, na realidade, trata-se de uma ‘obra’ bem significativa, com concretagem de mais de 1,5m de altura, o que confirma a necessidade de regras a serem seguidas”, declarou o presidente alvinegro.
A denúncia também é uma resposta direta a Ricardo Corregio, engenheiro da Odebrecht e responsável pelas obras finais na Arena. Recentemente, depois do vazamento de água no subsolo do estádio em 2015 vir à tona, o funcionário da empresa enviou um e-mail a Roberto garantindo as condições de segurança da Arena, bem como a conclusão da mesma.
Para o cartola corinthiano, entretanto, a entrega do estádio, não está finalizado, não tem o aceite do Timão. Além disso, Corregio não concordou em “entregar documentos/contratos com terceiros para a auditoria das obras, esta realizada por uma firma independente.
Vale lembrar que, duas semanas após a revelação de contratos escusos entre Odebrecht e fornecedoras, uma troca de e-mails datados de agosto de 2015 foi publicada na última terça-feira pelo jornal Folha de S. Paulo, sugerindo fraude em um documento relativo às obras do estádio. Também por meio de nota oficial, a diretoria do Corinthians se isentou de responsabilidade na polêmica.
Leia a nota divulgada pelo presidente do Corinthians na íntegra
O Sport Club Corinthians Paulista não pode permitir que, após as declarações do funcionário e engenheiro da Odebrecht, Ricardo Corregio, na própria mídia e por e-mail ao Clube, afirmando, que a obra "está concluída" (sem a concordância/aceite do Clube), que não há riscos ao público e que não entregará mais documentos/Contratos com Terceiros para a auditoria da obra, dentre outras, venha a fazer "reparos", que, na realidade, parecem verdadeiras obras, mais precisamente desde o último final de semana, sem que cumpra regras básicas, sob pena de comprometer a referida auditoria que está sendo realizada, bem como impedir que o Clube tenha real conhecimento do que efetivamente "é" a obra da Arena Corinthians.
O que fiz, na qualidade de Presidente do Clube, foi disciplinar trabalhos que estavam sendo realizados pela construtora, mesmo após determinação desta Presidência quanto às regras e cautelas necessárias, sendo algumas: apresentação da causa, local exato, empresa que trabalhará, projeto e registros necessários (ART/CREA/Prefeitura/...), quando for o caso, além dos efeitos da não realização dos trabalhos em questão.
Engenheiros da CNO nos enviaram e-mail afirmando que estariam fazendo "visitas" nas redes de drenagem e, posteriormente, foi constatado que, na realidade, trata-se de uma "obra" bem significativa, com concretagem de mais de 1,5m de altura, o que confirma a necessidade de regras a serem seguidas.
O Sport Club Corinthians Paulista, independente das pessoas que o dirijam, a qualquer época, deve ser preservado como instituição, assim como seu torcedor e público na Arena, sendo exatamente este o motivo da exigência de se cumprir as etapas que devem ser seguidas para tais intervenções. A ausência de respeito a isto, pode nos dar a entender que algo possa estar sendo omitido pela equipe da construtora e, que poderia vir a prejudicar os levantamentos da Auditoria da Obra e ao próprio conhecimento do Clube a respeito de fatos relevantes quanto ao estádio.
Roberto de Andrade