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Terceiro corinthiano solto no Rio desabafa: 'Fui pra ver o jogo, não pra brigar'

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Michel (à esq.) e o sobrinho foram ao Maracanã naquele 23 de outubro

Michel (à esq.) e o sobrinho foram ao Maracanã naquele 23 de outubro

Arquivo pessoal

Dos 31 torcedores do Corinthians detidos por suposto envolvimento na briga com policiais militares no Maracanã, em 23 de outubro, três tiveram a liberdade decretada, entre eles um adolescente. O último a ser solto pela Justiça do Rio de Janeiro foi Michel Ricci Alves de Godoy, de 33 anos, que deixou a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Bangu, no dia 29 de novembro.

Auxiliar de manutenção na Comarca de Valinhos, no interior de São Paulo, o corinthiano teve o habeas corpus acatado assim como Gustavo Inocêncio Meira Rosário, também preso pela Polícia Militar sem sequer estar próximo da confusão – ao Meu Timão, familiares do avareense apresentaram provas que comprovavam sua inocência muito antes da decisão da promotoria.

Uma semana após deixar a penitenciária, Michel topou conversar com a reportagem. Segundo ele, que foi ao Maracanã assistir ao jogo do clube do coração acompanhado do sobrinho, a decisão da PM se baseou somente em características físicas: ser gordo, usar barba e possuir tatuagens.

“Eu estava sim dentro do estádio, do lado oposto, a metros de distância da confusão. Em momento algum me envolvi em nenhum tipo de conflito. Estava acompanhado de um sobrinho menor de idade. Fui pra ver o jogo, não pra brigar”, lamenta Michel, que é casado e mora em Valinhos.

Antes da partida entre Corinthians e Flamengo válida pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro, a torcida anfitriã arremessou copos em direção ao local destinado à Fiel. Em resposta, alguns torcedores alvinegros tentaram invadir a arquibancada ao lado, fazendo com que a PM reagisse. Cassetetes e spray de pimenta foram usados pelos agentes, causando ainda maior tumulto.

Leia mais: Detido injustamente, corinthiano de 16 anos relata abusos da PM e luta para voltar à rotina

“Passando a confusão, os policiais ficaram andando na arquibancada procurando os envolvidos. Fizeram isso nos dois tempos do jogo. Ao acabar a partida, fomos obrigados e oprimidos pelos policiais a ficar sentados e sem camisa na arquibancada durante uma hora. Foi quando começaram a escolher aleatoriamente 31 pessoas, gordas, carecas e tatuadas”, relata. “Quem bateu o reconhecimento não foi nem o policial envolvido na briga, foi outro. Como ele reconheceu os 31?”, questiona.

“Fui preso numa arquibancada onde estava do lado do meu sobrinho, uma tremenda injustiça. Fui obrigado a me levantar e sair por um túnel que ia da arquibancada à saída de acesso do Maracanã. Chegando lá havia muitos policiais, muitos, batendo em todos os corinthianos que passavam por ali”, detalha Godoy.

Michel (o 3º da esquerda para a direita) não participou da briga. Imagem foi usada pela defesa no inquérito

Michel (o 3º da esquerda para a direita) não participou da briga. Imagem foi usada pela defesa no inquérito

Foto: Arquivo pessoal

Michel, então, foi levado com outros torcedores pelo Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) à Cidade da Polícia, onde permaneceu até a audiência de custódia, realizada na terça-feira seguinte ao episódio. Triste pelo ocorrido, ele também clama pela liberdade de outros corinthianos não identificados na desordem.

“Fiquei 39 dias preso lá, cara. Preso injustamente, não tive participação em tumulto, em momento algum bati em alguém, não quebrei nada dentro do Maracanã, fui humilhado no Rio de Janeiro. Era apenas pra ser um jogo, não foi. Fomos covardemente presos, humilhados, muitos apanharam, muitos ainda estão lá sofrendo. É desse jeito. Muita gente lá está presa injustamente, muita injustiça o que fizeram”, completa.

Desde o incidente no Maracanã, o Meu Timão já divulgou provas que inocentam cinco corinthianos além de Michel e Gustavo. São eles: Fabio Barbosa Tomé e André Luis Tavares da Silva, de 39 anos, Leandro da Silva Coelho, 23, P.A., 16, e Victor Hugo Souza de Oliveira.

OUTRO LADO

Dos 28 torcedores ainda encarcerados, somente quatro foram identificados no confronto pelo reconhecimento de imagens: Kauã Gentil, Rogério Aparecido dos Santos, Anderson Zanqueta da Silva e Tiago de Lima. Os demais, acusados sob depoimento de quatro agentes do Gepe, jamais tiveram o envolvimento comprovado.

Veja mais em: Corinthianos presos no Rio.

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