Diretor do Corinthians revela recusa a 'patrocínio tradicional' por BMG e detalha adiantamento
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Por Meu Timão
O diretor de marketing do Corinthians, Luis Paulo Rosenberg, voltou a dar detalhes da parceria firmada entre clube e Banco BMG. Em entrevista concedida à ESPN Brasil na noite desta quinta-feira, o dirigente negou que esteja “jogando para a torcida” a responsabilidade de o acordo de patrocínio gerar lucro ao Timão.
“Eu duvido que você encontre outro negócio em que você se junta a um banco com 50% do resultado. O nosso foco em toda essa negociação foi aumentar ao máximo esse 50% (...) Os R$ 12 milhões não são o valor do patrocínio. O que eu quero é simplesmente o seguinte: ‘Olhe os produtos’. Tem babaca dizendo que estou jogando a responsabilidade sobre o torcedor. Não estou jogando nada”, declarou Rosenberg em participação no programa Futebol na Veia.
Corinthians e BMG assinaram aliança pelos próximos cinco anos. A equipe paulista já estampa a marca do banco no peito de seu uniforme e será sócio da empresa no lançamento da plataforma Meu Corinthians BMG, futuro banco digital em que metade dos lucros será direcionada aos cofres alvinegros.
De acordo com Rosenberg, a diretoria corinthiana rechaçou outra oferta de patrocínio máster para que a parceria com o BMG ganhasse vida. O cartola minimizou ainda os R$ 12 milhões fixos por temporada, dinheiro mínimo a ser embolsado pela agremiação – caso o Meu Corinthians BMG não dê retorno às partes.
“O que estou fazendo é sendo muito seletivo na escolha de parceiros, não é qualquer um que entra lá e o Corinthians topa parceria, haja vista que nessa negociação eu tinha outro grande nome querendo fazer uma negociação tradicional com bons valores”, revelou o diretor corinthiano.
“Os 12 milhões vieram dentro do processo de troca. O que você prefere: mais participação no resultado ou mais fixo? Se o Corinthians não tiver coragem de assumir que ele é um risco gostoso, quem vai assumir?”.
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“Andrés: ‘Resolve meu problema de caixa!’”
Às vésperas do anúncio do patrocínio, Rosenberg teve uma conversa com o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez. Foi quando Andrés pediu a ele que tentasse já receber determinada quantia do BMG no momento da assinatura. Com qual intenção? Cobrir o fluxo de caixa do clube durante a janela de transferências deste início de 2019.
“O Andrés vira para mim e diz: ‘Escuta, sente que o banco está parceiro? Então resolve meu problema de caixa. Pega um dinheiro já’”, contou o cartola. “Falei (para o banco): ‘Você faz a engenharia que você quiser, mas o Andrés quer 30 milhões’”.
O banco, então, depositou R$ 30 milhões na conta do Corinthians, adiantando duas parcelas do patrocínio (de R$ 12 milhões cada) e outros R$ 6 milhões de projeção de faturamento.
Para Rosenberg, à frente das conversas, não há qualquer erro nisso. “É um problema só de rótulo. Concretamente, nos próximos dois anos tenho R$ 24 milhões garantidos do mínimo de resultado, aconteça o que acontecer. Acho que nunca na história do futebol brasileiro alguém recebeu R$ 30 milhões do patrocínio imediatamente”, comentou o mandatário, otimista.
O departamento de marketing alvinegro entende que pode lucrar, já neste ano, algo em torno de R$ 18 milhões por meio de novos correntistas. “Provavelmente eu pago esse financiamento (de R$ 6 milhões) com o lucro de 2019. Eu preciso de R$ 18 milhões de lucro em 2019, uma coisa talvez gerada por 180, 200 mil correntistas”, concluiu.