#Mundial20anos: Vampeta explica 'frieza' de Dida em lance histórico e se orgulha ao falar da Fiel
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Por Vitor Chicarolli
A terça-feira é mais especial para o torcedor corinthiano. Neste 14 de janeiro, o clube do Parque São Jorge celebra 20 anos do histórico título do Mundial de Clubes da Fifa, conquistado sobre o Vasco da Gama, em pleno Maracanã. Diante da simbólica data, a reportagem do Meu Timão conversou com uma das principais peças daquela equipe do Corinthians: o volante Vampeta.
Conhecido por sua qualidade, representatividade e declarações memoráveis, Vampeta fez questão de enaltecer o feito protagonizado pela Fiel em 2000. Entre os 73 mil torcedores presentes na capital carioca para acompanhar a decisão, cerca de 30 mil eram corinthianos. Assim, com um estádio praticamente dividido, o Timão entrou em campo seguro de que não faltaria apoio das arquibancadas.
"A torcida do Corinthians calou o Maracanã. Foi uma festa linda. A Fiel ofuscou a torcida do Vasco, eles ficaram calados. Lembro até hoje daquele bandeirão da Gaviões da Fiel, foi uma baita festa. Dentro de campo dava para ouvir todos os cânticos das arquibancadas. O estádio era meio a meio e foi incrível", relembrou Vampeta.
Após uma primeira fase onde o Corinthians se classificou sem grandes dificuldades, a finalíssima certamente foi o jogo mais complicado e disputado do Mundial. Não à toa, a conquista alvinegra veio apenas nos pênaltis, depois de um empate sem gols no tempo regulamentar.
Camisa 5 do Timão naquela ocasião, Vampeta ressaltou a qualidade da equipe do Vasco, que contava com grandes estrelas. Ao concluir o raciocínio, no entanto, ele fez uma ressalva sobre um certo favorecimento ao clube de São Januário.
"O Vasco era um grande time. Jorginho, Romário, Edmundo, Amaral, Felipe, Helton... Todos esses faziam parte daquele time. Foi um jogo difícil, mas eles não se classificaram para a semifinal do Brasileiro e se prepararam apenas para o Mundial, com um tempo maior. Além disso, tiveram a chance de decidir o título em casa", comentou.
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Mesmo com a partida terminando empatada e indo para as penalidades, Vampeta garante que não temeu o vice-campeonato. Isso porque o time comandado por Oswaldo de Oliveira contava com um nome de respeito no gol: Dida. E apesar de ter defendido uma pênalti naquela decisão, o goleiro ficou marcado por outro lance.
Logo após Edmundo desperdiçar a última cobrança e definir o título para o Corinthians, Dida saiu da meta alvinegra andando, como se algo pouco importante tivesse acontecido. A cena viralizou e o camisa 1 ficou conhecido por sua "frieza". Ao ser questionado sobre o tema, portanto, Vampeta explicou o motivo que fez o arqueiro alvinegro agir de tal forma.
"O Dida sempre passava muita tranquilidade para toda equipe. Sempre confiei nele. Começamos juntos no Vitória. Muita gente fala que o Dida era frio, mas quando o Edmundo erra e ele sai do gol sem comemorar muito, foi porque ele achou que ainda teria mais uma cobrança para defender. Não sabia que era a última", expôs.
Mesmo com o tamanho da conquista, o ex-atleta disse que não foi seu principal troféu na carreira. Deixando títulos pela Seleção Brasileira de lado, Vampeta garante que o Campeonato Brasileiro de 1998 foi mais importante para se consolidar no Parque São Jorge e até mesmo como um grande jogador no cenário nacional.
"Foi um dos títulos mais importantes da minha carreira, sem dúvidas. Mas o que eu coloco como o principal foi a conquista do Brasileirão de 98. Tinha acabado de voltar da Holanda e esse título me deu confiança para conquistar as outras taças que viriam nos anos seguintes. Me serviu para me consolidar no Corinthians", concluiu.
Em tempo: foi o primeiro Mundial de Clubes realizado pela Fifa. A competição, inclusive, só voltaria a ser realizada em 2005. Cabe destacar que o Corinthians é o único clube brasileiro que conquistou duas edições do torneio mundial organizado pela entidade máxima do futebol - segunda aconteceu em 2012, na vitória por 1 a 0 contra o Chelsea, no Japão.