Corinthiano na infância, Paulo André recorda almoço com R9 e preleção épica de Tite no Japão
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Por Meu Timão
Paulo André foi titular em um dos jogos mais importantes e emocionantes da história do Corinthians: a vitória por 1 a 0 sobre o Chelsea, da Inglaterra, em Yokohama, em 16 de dezembro de 2012. Mas a vitoriosa passagem do zagueiro pelo Parque São Jorge não se resume ao triunfo que rendeu ao Timão o segundo campeonato mundial de clubes.
Em descontraída entrevista ao programa Bolívia Talk Show, do canal do YouTube Desimpedidos, Paulo André contou diversas histórias inerentes ao período em que defendeu o Corinthians, seu time do coração.
“Sempre fui corinthiano, família inteira corinthiana doente. Lembro de quando entrei no São Paulo, em 1998, e tive a sorte de poder assistir à final (do Brasileiro, contra o Cruzeiro), dia 23 de dezembro, no Morumbi. Me marcou bastante, foi a primeira vez que fui num estádio ver uma final. E 14 anos depois ser campeão do mundo, foi um barato louco. Do cara***”, declarou o zagueiro.
“Zica das artes”
Paulo André chegou ao Corinthians em 2009, após três anos jogando pelo Le Mans, da França. Foi como atleta alvinegro que se aproximou da pintura, passando a produzir quadros para os próprios companheiros de equipe.
Na reta final do Brasileirão-2011, o zagueiro foi convidado por Ronaldo Fenômeno a participar de um almoço com o renomado artista plástico brasileiro Romero Britto. Ele recordou o encontro. “O Ronaldo no vestiário falou: ‘Ou, você que gosta de pintar. Vou sair pra almoçar com o Romero Britto e não entendo po*** nenhuma. Vamos lá comigo pra gente conversar”, relatou Paulo André.
Do inusitado almoço surgiu a ideia de eternizar a conquista do pentacampeonato nacional, conquistado naquele mesmo ano. Orientado por Romero Britto, Paulo reuniu os jogadores do elenco e pediu que eles chutassem bolas com tinta em uma tela. O quadro foi posteriormente leiloado, e o valor, revertido a uma instituição de caridade.
“Danilo limpou, pé direito, bateu...”
Paulo André também relembrou momentos acerca da histórica decisão contra o Chelsea. “Lembro de sair para a escada que daria no campo, estava o Ivanović (lateral-direito adversário) ali batendo no peito, gritando. Lembro de olhar para ele e pensar: ‘Será que esse cara está querendo me assustar?’”.
Segundo o defensor, escalado como companheiro de zaga de Chicão, o discurso do técnico Tite no vestiário instantes antes da finalíssima mexeu com o brio dos jogadores, até então assustados com a qualidade técnica da equipe de Londres.
“Me lembro de um discurso que ele (Tite) fez: ‘Eu passei a vida pra chegar nesse lugar! Vocês não vieram aqui pra fazer igual o Monterrey, que demorou 70 minutos pra dar uma porrada no jogador do Chelsea! Viemos aqui pra competir e pra ganhar!’. Começou a inflamar o negócio e fomos corajosos para o jogo”, detalhou.
No fim das contas, com gol de Paolo Guerrero, aos 24 minutos do segundo tempo, o Corinthians derrotou os ingleses e conquistou o bicampeonato mundial.
Ação trabalhista
Ao fim da entrevista, o zagueiro, hoje no Atlético-PR, falou rapidamente sobre a ação trabalhista movida contra o Corinthians. Ele cobra na Justiça valores referentes a folgas que não teve entre 2009 e 2014.
“Nem decidiu ainda (o processo). Cara, como eu disse, corinthiano apaixonado, mas as pessoas fizeram algumas coisas comigo lá que eu realmente não concordo”, pontuou.
Com 35 anos de idade, o beque deve pendurar as chuteiras ao término de 2018.