
No dia 28 de abril de 1969, um trágico acidente de trânsito foi fatal para dois jogadores do Corinthians. O lateral-direito Lidu e o ponta-esquerda Eduardo foram as vítimas. Além de lidar com o luto, o Timão ainda teve que pensar na recomposição do elenco.
O acidente
A tragédia aconteceu depois de um jogo contra o São Bento, válido pelo Campeonato Paulista, no estádio Humberto Reali, em Sorocaba. O Timão voltou para a capital com um empate de 1 a 1 na bagagem. Naquela época, os maiores destaques do time eram justamente Lidu e Eduardo.
Após um dia cansativo, os dois resolveram comer uma pizza nas proximidades do estádio da Portuguesa, o Canindé. Infelizmente, eles não chegaram ao restaurante. Lidu perdeu o controle do carro em plena Marginal Tietê, batendo contra uma das pilastras de sustentação da ponte da Vila Maria. Ambos morreram na hora.
Resultado da votação
Como a competição já estava no segundo turno, a janela de inscrição de jogadores estava fechada. Diante disso, a diretoria alvinegra buscou uma autorização para inscrever dois substitutos. Então, a Federação Paulista de Futebol (FPF) criou uma maneira de decidir se faria uma exceção: a unanimidade. Assim, caso os dirigentes dos 14 clubes que disputavam o Paulistão aceitassem abrir uma brecha na regra, o Corinthians poderia fazer a substituição.
Isso quase aconteceu. Apenas um time não aceitou e votou contra: justamente o Palmeiras. Além disso, a equipe do Parque São Jorge tentou transferir a data do próximo confronto, também contra o arquirrival. O presidente Delfino Facchina não quis nem saber e vetou a troca. Do outro lado, estava Wadih Helu, o presidente corinthiano, que o chamou de porco pela atitude. Foi a partir deste episódio que o apelido surgiu.
Espírito de porco
Na partida seguinte entre as duas equipes, a torcida do Timão soltou um suíno no gramado do Morumbi antes do duelo começar. Enquanto o animal corria, os torcedores gritavam: "porco, porco". A provocação durou mais de uma década.
Contudo, o Palmeiras acabou adotando o apelido e o mascote em 1986. Mais precisamente no dia 29 de outubro, quando os palmeirenses entoaram pela primeira vez o grito de "dá-lhe porco" após uma vitória contra o Santos. Na ocasião, a revista Placar fez uma capa com o meia Jorginho segurando um leitão. A partir daí, a alcunha pegou de vez e o porco passou a dividir a posição de mascote alviverde com o periquito.
Ainda assim, a história de sua origem retrata um dos episódios mais tristes da história do Corinthians e da insensibilidade do cartola palmeirense.
Apelido antigo
De acordo com o pesquisador Celso Unzelte, o apelido seria mais antigo do que a história acima. Os são paulino já chamavam os palmeirenses assim por conta da atuação da Itália na Segunda Guerra Mundial, onde o país colaborou com a aliança do Eixo, composta também por Alemanha e Japão. Os países em questão representavam o nazismo e o fascismo.
Como o Palmeiras era um time de italianos, a ofensa começou. Porém, a alcunha só pegou após o episódio com Lidu e Eduardo e o xingamento proferido por Wadih Helu.