Após vencer o Paulistão, o elenco de Fábio Carille tentava provar que o título estadual não veio por acaso e que eram uma equipe que brigava pela parte de cima da tabela.
O empate contra a Chapecoense na primeira rodada do Brasileirão, seguido de seis vitórias consecutivas, colocaram o Corinthians na liderança do campeonato já na quinta rodada. Assim, o time deu indícios de que poderia lutar com mais afinco e, de igual para igual, pela taça. A liderança isolada veio num sonoro 5 a 2 contra o Vasco da Gama.
Mas, à medida que o campeonato ia evoluindo e o Corinthians vencendo seus jogos, a mídia colocava provas ao Timão. Quando embalou, o desafio era vencer o badalado Grêmio.
Em uma partida emocionante, os comandados de Fábio Carille venceram os gaúchos – que eram vice-líderes – dentro do seus domínios e consolidaram sua disputa pela taça.
O primeiro turno foi marcado por jogos memoráveis, um futebol convincente e digno de campeão. Assim, o Corinthians venceu suas batalhas e terminou o turno sem perder nem uma partida! Fez história no campeonato! 19 jogos de invencibilidade no Brasileirão e a segunda maior sequência sem perder da história do clube: 34 partidas sem derrotas.
Gente para secar tinha de sobra, mas foi da boca de Renato Gaúcho que saiu a frase mais polêmica. O treinador do Grêmio, principal concorrente ao título por boa parte do campeonato, afirmou com veemência que o Corinthians iria despencar.
O Timão derrapou, mas ninguém foi capaz de sequer ameaçar a liderança do clube do Parque São Jorge.
A primeira derrota veio logo no começo do segundo turno, contra o Vitória, dentro da Arena. Nem a pessoa mais pessimista esperava que aquele seria o jogo que tiraria a invencibilidade alvinegra. A partir daí o Corinthians começou um período de oscilação, mas jamais deixou de ser líder.
A sequência de três derrotas seguidas (Vitória, Atlético-GO e Santos) chegou a colocar em xeque a possibilidade de título. Porém, o mais próximo que um rival pode ameaçar a posição foi a cinco pontos de distância, quando o Palmeiras chegou mais perto. O problema (para eles!) é que ainda havia um dérbi pela frente.
Sempre um caso à parte, o clássico foi de arrepiar! O clube, em uma jogada acertadíssima, abriu o treino que antecedia o jogo para a torcida. Na Arena, mais de 32 mil fiéis empurravam os jogadores. Bandeiras, cantos, luzes e muito, muito apoio, transformaram aquele treinamento em um capítulo lindíssimo da história corinthiana. Com essa clima, os comandados de Fábio Carille foram enfrentar seu maior rival no domingo.
A vitória por 3 a 2 sobre o arquirrival, colocou o Corinthians de volta ao jogo e recobrou a confiança do elenco. Naquela partida, todos os jogadores entraram sabendo que estavam amparados por mais de 30 milhões de loucos e retribuíram com um futebol digno de campeão.
Há quem possa dizer que nos pontos corridos todos os jogos valem a mesma coisa, os mesmos três pontos, mas não há como negar que existem finais dentro desse gélido formato. Essa foi, com certeza, uma delas.
Embalado pelo resultado e mais confiante, coube ao Corinthians apenas administrar a vantagem e começar uma contagem regressiva para a consolidação do título. Que veio numa partida espetacular diante o Fluminense, na Arena.
O início foi o mais corinthiano possível. Com sofrimento! O Fluminense abriu o placar na casa alvinegra. Mas o Timão, aguerrido e querendo garantir aquela taça, virou o jogo e possibilitou ao torcedor, que lotou o estádio, soltar o grito de campeão. 3 a 1 foi o placar final, que deu ao Corinthians a segurança de não ser mais alcançado por ninguém.
A taça, a sétima do Timão, foi levada ao estádio na partida contra o Atlético Mineiro, no empate em 2 a 2. A torcida fez sua festa, sempre bela e única. Mais um novo mosaico embelezou a tarde de quem via, mesmo que de longe, a comemoração.
Com a conquista, o Corinthians levantou seu sétimo caneco do campeonato brasileiro. Três durante o período de mata-mata (90, 98 e 99) e quatro na era do pontos corridos (2005, 2011, 2015 e 2017). Esse título fez com que o Timão se isolasse com o maior campeão brasileiro do século!
Perdendo apenas um clássico no ano e apenas nove jogos na temporada, um aproveitamento fora do comum. O título foi incontestável. De quarta força a heptacampeão brasileiro!
MOMENTOS MARCANTES
Durante um campeonato tão longo como o Brasileirão 2017, sempre existem aqueles momentos marcantes, que forma uma história isolada na conquista do título.
Quem não se lembra do lance do Romero, contra o São Paulo, fingindo que pegaria a bola? O jogador, que havia sido perseguido pela imprensa naquela época por conta de uma bola mal dominada num programa de TV, fez graça e levou a fiel ao delírio.
Fonte: Reprodução TV
Nesse mesmo jogo, uma imagem inusitada do Gabriel comemorando o gol com três são-paulinos caídos no gramado se tornou um viral. Talvez um símbolo do que foi o Corinthians nos clássicos em 2017: imbatível.
Créditos: Reprodução Twitter
E aquela defesa de pênalti do Cássio contra o Grêmio? Aposto que o coração de muito corinthiano parou. O jogo era uma final antecipada e o Timão se deu melhor!
Créditos: Reprodução TV
Falando em pênalti, Walter também mandou bem demais! O goleiro, que substituía o mito Cássio em serviço para a seleção, pegou uma penalidade importantíssima para o Corinthians.
Foi diante o Atlético-PR, que o arqueiro evitou o gol do rival. Nessa mesma partida, o goleirão saiu machucado e impossibilitado de atuar na temporada.
Créditos: Reprodução TV
Não tem como falar sobre momentos marcantes sem citar a invasão da torcida no treino. Quando se precisa, ela está lá! A Fiel colocou 32 mil pessoas num treino! Sim, num treino! Realmente, o décimo segundo jogador! Foi no último treino antes do dérbi do returno, jogo tido pela mídia como uma final, já que o Palmeiras ocupada a segunda colocação.
Créditos: Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians
Como esquecer a selfie do paraguaio Romero no clássico contra o Palmeiras? Impossível! O atacante foi comemorar tirando selfie com o celular ao lado dos companheiros. A foto, é claro, se tornou viral!
Créditos: Reprodução
Primeira final
Lá no começo do campeonato o Timão ainda vivia a desconfiança plantada pela velha história da quarta força. O time do momento era o Grêmio, que vinha disputando a primeira colocação com o Corinthians. Claro que a partida contra o time gaúcho seria tratada como uma final, mas não apenas isso, muita gente dava a derrota corinthiana como certa.
Lá no sul, na casa do Grêmio, o Corinthians quebrou a cara de muita gente.
Ignorando a pressão imposta pela mídia, Jadson marcou o gol da vitória alvinegra, calando o estádio rival.
O jogo foi mesmo digno de decisão, já que no finalzinho do segundo tempo, Cássio teve a oportunidade brilhar pegando um pênalti de Luan. Emoção não faltou! Quem pagou pelo ingresso viu uma baita partida! Na ocasião, o Corinthians aumentou a diferença de um, para quatro pontos sobre o concorrente.
Segunda final
Foi durante um período de instabilidade que o Corinthians teve que vencer seu maior desafio no campeonato. O arquirrival, Palmeiras, vinha numa crescente na competição e passou a atormentar o sonho do título corinthiano. Mesmo estando a cinco pontos do líder, a imprensava considerava o time alviverde favorito e tratada o dérbi não só como uma final, mas como o momento que derrubaria de vez o Corinthians da disputa pela taça.
Numa jogada de mestre, a diretoria corinthiana abriu o treino de sábado, que antecedia o jogo, para torcida na Arena. Mais de 32 mil torcedores foram prestigiar e incentivar os atletas. A festa entrou para história e deu ao time combustível necessário para vencer o rival no domingo.
Por 3 a 2, num jogo emocionante, o Corinthians venceu o Palmeiras e mostrou o porquê de ser o favorito ao título desde a quinta rodada.